LINHA DE MOAGEM DE PVC

Se você tem “bala” para gastar, o melhor mesmo é comprar uma linha de moagem já pronta.
Os fabricantes costumam mandar pessoal qualificado para montá-la na sua firma, ensinam como utilizar o equipamento, e dão dicas sobre os processos e as manutenções da mesma.

Se você tem criatividade, gosta de mecânica, mas não tem muito dinheiro o caminho é comprar os diversos componentes e montar a linha de moagem você mesmo.

Existem várias formas de se fazer uma linha de moagem. A mais comum é fazer um tanque de alvenaria, instalar um moinho no começo, e uma secadora no final, seguida pôr um silo com ciclone.

Este sistema é muito deficiente, exige muita mão-de-obra e a produção é muito baixa. Sem contar o ruído excessivo, os problemas de coluna que gera nos funcionários, e as dificuldades para limpeza.

Quando você faz algo em alvenaria, está implícito que é definitivo. Então, de repente você conhece outro processo, e lá vai quebrando paredes para modificar sua linha de moagem, e mesmo que acerte no formato de seu tanque, quando for preciso aumentar a produção, pronto!... O tanque ficou pequeno!

Mas, é comum empresários cometerem este erro, e o que é pior, quando aumentam o seu investimento lá vão eles fazendo outro tanque de alvenaria e cometendo os mesmos erros novamente.

O melhor é fazer toda a linha em metal, já que são freqüentes as modificações da mesma. Os processos de reciclagem são muito recentes e estão em contínua transformação.

Pode-se usar como exemplo uma linha de moagem de PVC para uma fábrica de tubos.

Começa-se com um moinho, que tenha peneira de furos grandes (de 1” à 3”). E que possua uma proteção na boca para não “cuspir” muito material no operador que o abastece.

Lógico que você se informou sobre qual é o moinho mais indicado para moer tubos que atenda as suas necessidades (custo/benefício). Segue uma lavadora e depois um tanque com uma rosca no fundo, depois uma secadora e mais um moinho com peneira de furos menores (“aproximadamente ½”, que atenda as necessidades finais) para secar o material, visto que, moinhos também são excelentes secadores. É aconselhável que os dois moinhos sejam iguais (facilita muito as improvisações, e diminui o número de facas e parafusos sobressalentes), lembre-se: moinhos quebram!

A figura 3.11 mostra uma linha de moagem de PVC.

Figura 3.11

Como sua linha foi feita para PVC, o polietileno, polipropileno, e outros materiais que não afundam na água, podem ser retirados por cima no seu tanque.

Existem vários sistemas. Empurrá-los até uma extremidade do tanque para poder retirá-los mecânica ou manualmente é o mais comum. Lembre-se que esses subprodutos estarão molhados, é aconselhável que passem por uma secadora para serem comercializados.

Dificilmente os rolamentos dos equipamentos não ficarão em contato com a água, por isso é necessário um cuidado especial com eles. Se possível, aplique graxa diariamente, retirando aquela que fica esbranquiçada pelo excesso de água.

Na mecânica não se aconselha botar graxa em excesso nos mancais dos rolamentos, mas, se seus rolamentos estiverem constantemente sendo molhados, o melhor é colocar graxa até vazar, e retirar aquela mais antiga que costuma ficar esbranquiçada.

É comum nestas situações, que os rolamentos não agüentem muito tempo, sobretudo os que ficam situados nas partes de baixo das lavadoras e secadoras, e sua substituição tenha que ser freqüente.

Se você tem que trocar rolamentos constantemente, compre rolamentos de segunda linha ou recondicionados, pois, não adianta gastar muito num rolamento que vai trabalhar molhado. Mesmo que você coloque um de primeira linha, nessas condições ele não vai agüentar do mesmo jeito.

Igual regra se aplica para a graxa, pra quê usar uma graxa caríssima se vai trocá-la todo dia?

Veja também se não é possível trocar os rolamentos por buchas.

Atualmente encontram-se diversas maneiras de impedir que a água entre nos mancais, mas, os equipamentos voltados para reciclagem costumam não usar essas soluções, obviamente visando reduzir os custos.

O primeiro moinho deve ser alimentado com água, como mostra a figura11. Grande parte desta água irá junto com o material até o tanque.

Depois de um tempo com a linha funcionando, o tanque começará a transbordar.

É bom ter um tanque e este pode ser de alvenaria para coletar essa água, a qual pode ser bombeada até os moinhos. Como mostra a figura 3.12.

É claro que a água irá se sujando e você será obrigado a substituí-la de tempos em tempos. Mas se fizer um tanque grande onde possa diminuir o movimento da água para que a sujeira decante, sua água poderá ser utilizada por muito mais tempo.

Lembre-se: vai faltar água no planeta!

Segue o esquema de um filtro caseiro que, se bem feito, diminui bastante o consumo de água.

Figura 3.12

A água tem que perder ao máximo o movimento para o filtro funcionar satisfatoriamente, por isso, quando projetar, dependendo da quantidade de água que queira filtrar erre para mais na hora de fazer o tanque.

Existem fórmulas matemáticas para calcular o tamanho ideal. Mas você não vai querer pegar os livros de física da faculdade e começar a estudar hidráulica. Lembre-se, é um filtro caseiro. Só um pouco de bom senso resolve.

O mais importante é que, a própria sujeira da água faça a filtragem, por isso, você tem que retirar o excesso, não a totalidade da lama que se forma.

Por último faça manutenções periódicas no seu equipamento, pinte os componentes que estiverem sofrendo oxidação. Fique atento às trepidações em exagero, sobretudo nos moinhos, lavadoras e secadoras, costumam desbalancear antes de quebrar.

A ligação de um componente da linha de moagem com outro nem sempre pode ser direta.

Lógico que, se o primeiro moinho for ligado diretamente à lavadora, e esta ao tanque e assim por diante, até chegar ao final da linha, será o ideal. Mas, isso só é possível se o lugar destinado à linha tiver um bom declive.

É comum ter que fazer a ligação de um componente a outro da linha por meio de roscas, esteiras, ventoinhas, etc. Se optar pelas roscas, como mostra o desenho da figura 11, lembre-se de deixar um pouquinho mais rápida, a que abastece a secadora, evitando assim entupimento da linha.

As ventoinhas são muito mais versáteis, mas costumam ser barulhentas, e freqüentemente você é obrigado a separar o material do vento em silos com ciclone.

Agora será falado um pouco sobre silos com ciclone e ventoinhas. Nunca se sabe... Você tomou gosto pela coisa e depois de ter feito os tanques, pode haver despertado o serralheiro que existe em você.


Silos com ciclone:

O silo freqüentemente é utilizado depois de uma ventoinha, como mostra a figura 3.13.

Figura 3.13

O silo é muito simples de ser fabricado, qualquer serralheiro pode fazê-lo. É só definir a quantidade de produto que se queira armazenar. Essa quantidade vai depender do tempo que se queira deixar livre para o funcionário fazer outras coisas enquanto o silo enche.

O mais complicado é o ciclone que separa o ar do material.

O desenho da figura 3.14 mostra o funcionamento do ciclone.

Figura 3.14

Por último, não se deve esquecer a precaução quanto à entrada de possíveis metais na linha. Já se encontram diversos tipos de ímãs para se posicionar nas partes mais críticas de uma linha de moagem, evitando ao máximo danificar as facas dos moinhos. Deve-se criar o hábito de limpar esses ímãs periodicamente, visto que os metais se acumulam, e com o tempo podem ser arrastados para a linha.

Não se deve esquecer que os ímãs não oferecem proteção em relação aos metais não ferrosos (cobre alumínio, bronze, latão, etc.). Estes, por sua estrutura atômica, não são atraídos pelos ímãs.