LINHA DE RECICLAGEM DE CORVIN

O “corvin” é feito de um tecido de NYLON, poliéster ou algodão revestido com PVC, é muito utilizado na fabricação de calçados, tênis e estofados.
Na indústria de calçados os retalhos deste material são muito abundantes, e a reciclagem dos mesmos ainda é pouco explorada na zona calçadista.

O motivo é a dificuldade de separar o tecido do PVC, costuma-se usar aglutinadores para fazer esta tarefa, mas os resultados são muito deficientes, tanto no desempenho, como no produto final de baixa qualidade que eles geram, sem contar o alto custo devido ao baixo rendimento.

A figura 3.23 mostra uma linha de reciclagem que dá um bom rendimento e gera um produto de excelente qualidade para a fabricação de solados de calçados.



 
Figura 3.23

São três moinhos em linha com campânula na parte superior. Esta campânula tem regulagem de altura.

Na parte superior das campânulas existe uma tubulação de PVC que vai até uma ventoinha grande com um motor de 20CV, na frente da ventoinha tem uma porta de gaveta para regulagem do fluxo de sucção, a tubulação da ventoinha termina em um quarto para armazenagem do pêlo (tecido do corvin). Os moinhos são interligados e os furos das peneiras vão diminuindo do primeiro para o terceiro, e este ultimo é ligado a um silo.

A linha funciona da seguinte forma: O material é colocado no primeiro moinho que faz a primeira moagem, os furos da peneira devem ser de aproximadamente 13 mm (½”). Ao ser moído o material solta grande parte do tecido, separando-o do PVC. O PVC será sugado pela ventoinha e jogado no outro moinho, o tecido vira um pêlo que é sugado pela tubulação que fica em cima do moinho, o processo se repete nos outros dois moinhos, mas o do meio tem peneira de ¼” e o terceiro de 3mm.

O material sairá limpo de tecido depois de passar pela última peneira, excelente para a fabricação de solados injetados. O tecido ou pêlo se acumulará no quartinho, que deverá ser esvaziado regularmente.

A altura das campânulas deve ter regulagem, porque se for muito baixa a ventoinha sugará PVC junto com o pêlo, e se for muito alta a ventoinha não conseguirá sugar todo ele.

É aconselhável que todos os moinhos sejam iguais para que as campânulas fiquem todas da mesma altura. Mas a linha pode ser feita com moinhos diferentes, porém fica mais complicado achar o ponto de equilíbrio.

A tubulação não deve ser soldada, (o PVC não se cola, comumente se solda), só encaixada, visto que, de tempos em tempos deverá ser desobstruída.

Quando começar a sair PVC no quartinho é hora de desentupir a tubulação. A ventoinha grande tem uma porta de gaveta na frente para regular a sucção, se esta for muito forte puxará PVC para o quartinho, e se for fraca o PVC sairá contaminado com pêlo e originará um solado ruim.

Podem ser feitas algumas janelas para desentupir as tubulações, evitando desmontar a mesma, pois, esta costuma entupir sempre nos mesmos lugares.

A linha pode ser feita somente com dois moinhos, mas não terá o mesmo rendimento que com três. Com três moinhos a linha fica mais versátil. Possibilita-se trabalhar só com dois, quando não se precisa um material tão limpo de pêlos e com dureza em torno dos 80 shore, e com três quando se quer um material bem limpo e de dureza 60 a 70 shore.

Se for necessário aumentar a dureza, deve-se usar um pouco de PVC laminado que costuma ter dureza 100 shore.

Os moinhos devem possuir sistema de refrigeração com água para o material não plastificar dentro deles.

É conveniente passar o material por uma extrusora para homogeneizar e colorir.

No próximo capítulo iremos falar sobre extrusão.


Como extrudar “corvin”


A extrusão do material pode ser feita em uma extrusora comum para PVC de preferência com degasagem. Ela pode ter corte na cabeça a seco, mas tais extrusoras são caras e o caminho mais barato é colocar uma calandra depois do cabeçote como mostra a figura 3.24. O material sairá em tiras que podem ser moídas em um moinho fazendo isto se terá um material excelente para injetar.

Figura 3.24


O material não pode sair muito quente da extrusora para não colar nos cilindros da calandra. Sendo assim, os cilindros devem possuir superfície espelhada e refrigeração com água no seu interior.

Bom, agora que já se possui um conhecimento razoável para fabricar uma linha de moagem, não é preciso que seja igual às que foram mostradas, deve-se lembrar que tudo pode ser melhorado. Mas servem de partida para quem estiver começando no negócio.

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