quarta-feira, 10 de maio de 2017

TUBOS E MANGUEIRAS

Como fabricar mangueiras com material reciclado
Um dos maiores problemas dos recicladores é achar produtos que agreguem valor, que os tirem da mesmice de somente moer, lavar, e no máximo granular.

Uma das soluções é a fabricação de mangueiras de PEBD que são muito utilizadas em projetos de irrigação. Para começar precisamos fabricar uma linha de moagem de PEBD como mostra a figura 3.17.


O material já granulado junto com o pigmento é colocado no funil da extrusora da linha de fabricação de mangueiras, como mostra a figura 6.34.
                                                            Figura 6.34

O material sai do cabeçote e entra no calibre de entrada da câmara de vácuo. Este calibre e muito importante já que é nele o primeiro contato do plástico com a água de resfriamento e se este primeiro contato não for uniforme criara marcas na mangueira.Na camara de vácuo a mangueira é resfriada por meio de bicos que jogam água em forma de “spray”.O vácuo serve para que a mangueira se resfrie mantendo a forma circular. Existe um registro na câmara de vácuo para regular a intensidade do vácuo deixando entrar um pouco de ar. Se o vácuo for muito grande, a mangueira é retida na câmara e não anda, e se este for pequeno demais a mangueira se resfriará ovalada. Figura 6.35.


Figura 6.35

Existe outro processo que consiste em insuflar ar dentro do cabeçote da extrusora, enquanto um pino rosqueado no cabeçote faz a função de guia para arredondar a mangueira como mostra a figura 6.36. Neste processo não é utilizada a câmara de vácuo, mas o acabamento na superfície da mangueira é muito inferior ao processo anterior, por isso o mesmo vem sendo abandonado.


  Figura 6.36

Depois da câmara de vácuo, segue a câmara de resfriamento. Esta costuma ser cheia de bicos que esguicham água na mangueira para terminar de resfriá-la.A câmara de resfriamento pode ser uma banheira, ficando a mangueira submersa dentro da água. Este método é bastante eficiente, mas só dá certo com mangueiras de pequeno diâmetro.Para mangueiras com diâmetro acima de 1”, a força de empuxo da água na mangueira tende a torná-las ovais e com diâmetros maiores; Fica muito difícil para submergir a mangueira, esta tende a flutuar, só se resfria uma pequena parte da sua superfície, e, mesmo saindo redonda da câmara de vácuo, ela se tornará oval.A mangueira depois de resfriada passa pelo puxador, como o nome já diz, ele serve para puxá-la. Consiste em duas correias que pressionam a mangueira aumentando o atrito desta com as mesmas, fazendo com que a mesma saia do outro lado.O puxador também serve para acertar a espessura final da mangueira, pois, caso ele gire mais depressa, a espessura da mangueira no final do parison acabará ficando menor; E, se ele andar mais devagar a espessura aumentará.

PUXADOR
     Figura 6.37

O puxador também pode ser feito com pneus de lambreta, não é o melhor método, mas funciona. A figura 6.38 mostra um puxador feito com pneus.
Figura 6.38

Depois do puxador, a chama de um maçarico faz a flambagem na mangueira para que a tinta do gravador marque o logotipo da firma e sua metragem. Por último vem o ENROLADOR, que possui regulagem de diâmetro para os diferentes tipos de mangueiras, como mostra a figura 6.39.

   Figura 6.39

A seguir vou relacionar os principais defeitos que costumam aparecer na fabricação de mangueira e suas prováveis soluções.Marcas de água:Essas marcas acontecem por que gotas de água se depositam na superfície da mangueira quando esta ainda está muito quente. A gota de água resfriará uma pequena área da superfície que acabará se contraindo mais que o restante da superfície da mangueira formando uma pequena marca no lugar.A solução do problema é regular as águas de resfriamento, de tal forma que quando a mangueira passe não deixe formar gotas de água na superfície da mesma.Por isso é importante que na câmara de vácuo a água de resfriamento seja pulverizada em forma de “spray” (névoa fina) para não criar marcas nas mangueiras.É comum colocar mangueiras jogando água na mangueira na entrada da câmara de vácuo, e este processo freqüentemente cria marcas na superfície como mostra o desenho figura 6.40.


Figura 6.40

Riscos longitudinais:Quando no cabeçote junta-se sujeira, esta fica marcando a mangueira no sentido longitudinal. A solução é limpar a saída do mesmo com um pedaço de latão ou cobre para não arranhá-lo.Formação de “saia” com material pulverizado no cabeçote:O material está saindo muito quente do cabeçote ou está muito aquecido, então o mesmo começa a se degradar, formando uma pequena “saia” de material (este fica poroso granuloso). E preciso diminuir um pouco a temperatura.

Figura 6.41

Espessura irregular: Quando a mangueira começa a sair do cabeçote, o operador deve observar se esta tende curvar-se para um dos lados, ou permanece reta. Caso esteja saindo curvada, deve-se proceder à regulagem dos quatro parafusos do cabeçote, até conseguir que a mesma saia reta. Fazendo isto, podemos diminuir bem o tempo de acerto da espessura da mesma e, conseqüentemente o trabalho envolvido em tal processo. É necessário lembrar que, quando se aperta um parafuso de regulagem, o que está no sentido oposto deve ter sido afrouxado antes para no marcar a matriz como mostra a figura 6.42.O motivo de a mangueira sair curvada do cabeçote e que, como não está bem regulada a matriz em relação ao torpedo, a vazão de material é maior de um lado da mesma; O outro lado, tendo uma espessura menor, resfria mais rápido, contraindo a mangueira nesse sentido; Sem contar que naturalmente o material vai andar mais rápido onde tiver uma maior saída.


   Figura 6.42

Para se acertar a espessura da mangueira, deve-se primeiro apertar com a ponta dos dedos no parison, de forma a criar uma pequena marca na superfície da mangueira, como mostra a figura 6.43.


Figura 6.43

Depois, acompanha-se esta marca, até que a mesma chegue à saída do puxador, onde é cortada uma pequena amostra, na qual se mede a espessura da mangueira nos quatro lados, conforme mostra a figura 6.44.

Figura 6.44

A marca que é feita na mangueira serve para indicar em qual dos quatro parafusos de regulagem temos que mexer. Sem ela não saberemos precisar em que lugar do cabeçote a regulagem está errada, e não teremos condições de fazer o acerto da espessura da mangueira. É necessário cortar uma das extremidades da amostra bem próxima à marca, para podermos definir o sentido de produção da amostra; Isto se faz necessário porque, se invertermos o sentido de fabricação da amostra, regularemos o lado direito do cabeçote, quando deveríamos regular o esquerdo ou vice-versa.Como fabricar tubos com material recicladoO processo de fabricação de tubos é muito parecido com o de mangueiras, por isso não entraremos em detalhes. Uma das diferenças mais importantes e o uso de câmara de vácuo menor, se comparado com as mangueiras, visto que a rigidez do material faz com que o produto mantenha a forma com mais facilidade não precisando um resfriamento tão prolongado. A câmara de vácuo costuma ser diferente também no formato, trocando os bicos de aspersão por um tubo furado facilitando muito a manutenção, já que é freqüente o entupimento dos bicos de aspersão e com eles entupidos ou mal regulados criam-se marcas no material. Câmara de Calibração - “Banheira” – Sistema de refrigeraçãoO tubo de PVC, já extrudado, segue para uma câmara de refrigeração, chamada banheira, e é refrigerado por água que é bombeada para esta câmara com pressão negativa através de bomba de vácuo para calibração do diâmetro externo do tubo utilizando-se dispositivos mostrados na figura 6.45 e 6.46.



     Figura 6.45

Figura 6.46

Figura 6.47

Depois que o tubo é litografado, é cortado na medida padrão, e é feita uma bolsa em uma das extremidades.

Os tubos, bem como as mangueiras, precisam ter um controle dimensional visto que ambos costumam ser acoplados a conexões.


As mangueiras de PVC não precisam de câmara de vácuo.




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